Artigos Transtorno Bipolar

Transtorno Bipolar

Algo importante a ser dito

Já há alguns anos tornou-se corriqueiro escutar que alguém em nossa volta é “bipolar” ou mesmo frases do tipo “sou muito bipolar”, “eu acho que fulana é bipolar”… e tantas outras afirmativas sobre essa doença. Mas a grande maioria desconhece as características e a seriedade desse transtorno que parece ter sido banalizado eonde qualquer mudança de humor mais abrupta ou intensa (alegria, tristeza, raiva) virou sinônimo dessa doença, sobrando muito pouco para se dizer “sou normal” ou “fulano é saudável”.

Primeiro precisamos entender que flutuações em nosso humor são condições normais, portanto é natural – e necessário- sentir ódio, alegria e tantas outras emoções. Podemos modular nosso estado de humor e continuar a ter uma vida saudável e equilibrada. Sendo assim, queixas ou sentimentos isolados de tristeza, alegria, ou irritabilidade não são suficientes para fazer o diagnóstico de um transtorno psiquiátrico.

O transtorno bipolar é uma doença conhecida há pelo menos 3 mil anos que já teve várias nomenclaturas diferentes (loucura circular, loucura de dupla forma, psicose maníaco depressiva), sendo conceituada e estudada por diversos profissionais.

Quando falamos em bipolaridade, falamos de uma doença grave, com causas genéticas, potencializada por fatores psicológicos, ambientais e sociais, e que até o presente momento não tem cura.

Nesse adoecimento encontramos vários sintomas que compõe os ciclos maníacos (duram pelo menos quatro dias) e os ciclos depressivos (duração média de 15 dias). Percebe-se que tais sintomas se sustentam ao longo de um período. Algo importante é esclarecer que a “mania” aqui mencionada se refere a um estado de excitação, humor exaltado, falta de sono, impulsividade, excesso de energia física e/ou mental…

Esse conjunto de sintomas ocasiona mudanças no comportamento que são notáveis e podem deixar sequelas ou marcas importantes na vida do sujeito e de seus familiares.

O tratamento para bipolaridade consiste em acompanhamento psicológico, psiquiátrico e medicamentoso. Essa abordagem combinada atenua os sintomas maníacos e depressivos , melhora a esfera sócio-ocupacional, auxilia o sujeito a identificar sintomas e gatilhos que possam desencadear uma nova crise, e ainda, auxiliar na prevenção de recaídas e de suicídio, já que esse pode ser um risco muito alto nesse transtorno de humor.

Reforço aqui a gravidade dessa doença que, quando não tratada, trás consigo prejuízos em relacionamentos, trabalho, finanças, e que em diversas situações pode colocar a integridade física em risco.